De acordo com detratores do Bitcoin, apenas os terroristas utilizam o criptoativo. Todavia, o ISIS tem mostrado que não é bem assim. Segundo a Whitestream, empresa israelense de análise de blockchain, o BTC estaria sendo deixado de lado, pois o grupo terrorista estaria preferindo o Monero. Conforme observado na atualização no site do ISIS, agora eles aceitam exclusivamente a altcoin para doações em ativos digitais.

Desde 2014 que temos observado o ISIS voltado para o Bitcoin. Contudo, o aumento da popularidade do criptoativo rei fez com que ele ficasse na mira das autoridades. Além disso, software de análise de blockchain facilita rastrear fundos na cadeia do BTC, pois ela é pública. Ou seja, isso não é nada atrativo para o grupo.

Certamente esses fatores influenciaram para a escolha do Monero. A altcoin tem um verdadeiro foco na privacidade e não é rastreável como o Bitcoin. Em contrapartida com o BTC que tem suas transações expostas para que todos vejam, o XMR tem suas transferências ocultas. Ou seja, apenas remetente e destinatário sabem o valor transacionado. Ademais, as carteiras da altcoin podem gerar endereços furtivos tornando obscuro a propriedade dos mesmos.

Criptoativos e terrorismo

Embora alguns criminosos optem por utilizar os ativos digitais, eles são apenas uma parte muito pequena de todo o financiamento, uma fonte de renda cada vez menor para os terroristas. De acordo com o relatório da Chainalysis, o ISIS possui menos de US$100.000 em BTC. Um dos pontos negativos para o ISIS aceitar Bitcoin é que se seu estoque for muito grande, move-lo ou saca-lo seria uma tarefa difícil. Todavia, o Monero não resolve essa questão.

Em suma, se o ISIS estiver utilizando carteiras que não exigem uma cópia do histórico inteiro do blockchain para operar, poderá comprometer sua privacidade usando o XMR de qualquer maneira. Isso porque confiaria determinados dados a quem hospeda o nó completo que sua carteira usa para interagir com a rede Monero.

Assim sendo, quem executar o nó pode vazar informações que podem comprometer o ISIS. Ademais, desenvolvedores das carteiras “lights” podem revelar informações de quem fez o download do aplicativo. Outro fator é que mesmo que o ISIS faça seu dever de casa completo, se for o único utilizador de XMR em um raio de 100 KM, seu endereço pode ser descoberto pelo IP.

Em resumo, o Monero precisa ser utilizado corretamente para que não perca sua identidade de anonimato. Ademais, vemos que o blockchain não é a melhor maneira de conseguir financiamento para atividades ilícitas.

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